quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Queria amanhecer e acordar de um sonho real. E poder sentir no primeiro abraço, o primeiro amor sem dor. E ao sorrir, agradecer pelas cócegas na alma envolvida pelo afeto. E olhar por dentro e não ver vazios. Penetrar sem invadir. Olhar no escuro e enxergar a luz. Viver o dia sem morrer um dia. Que a eternidade não fosse meramente um sonho de quem deseja nunca se despedir de quem ama.
Bela é a presença que atravessa o presente. O afeto que afeta sem deixar cicatrizes.
Sentir saudade de uma presença entrelaçada ao corpo, que ao partir, o leve consigo.
Queria desejar todos os dias. E em cada desejo, lutar pelo que acredito. Queria crer na intensidade da dúvida. Queria saber levar minha alma pra dançar, como tanto fiz durante treze anos dançando ballet.
O corpo flui, a alma fica. Fica na pausa do tempo, que congela movimentos densos de uma alma (in)tensa.
Sonho em descobrir a beleza que se oculta nos conflitos; sentir a alegria salvífica de uma lágrima sincera; resgatar pessoas e passados, ainda que impossíveis. Sonho com o impossível, com a felicidade impossível; com o sonho de que o impossível é tão somente a realidade a ser perquirida.
Desejo muito o que em sonhos, eu já consegui. (...)...
Sonhar demais me assusta. Desejar de menos também.
Entre um e outro, o (des)equilíbrio. Talvez por isso eu não saiba escrever um texto feliz.
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